Ofensiva russa com mísseis e drones contra capital ucraniana deixou mais de 60 feridos, com 48 pessoas hospitalizadas, segundo as autoridades locais.
Zelensky encurta viagem oficial à África do Sul e volta ao país após bombardeio.
Ataque de mísseis e drones na capital da Ucrânia deixa mortos Um ataque com mísseis e drones realizado pela Rússia atingiu Kiev, capital da Ucrânia, durante a madrugada desta quinta-feira (24).
Segundo a autoridades locais, nove pessoas morreram e outras 63 ficaram feridas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Uma fonte militar ucraniana afirmou à agência de notícias Reuters que o míssil balístico que causou as mortes na cidade é norte-coreano, do modelo KN-23. Ao menos 42 pessoas foram hospitalizadas, segundo o Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia.
As operações de resgate estão em andamento para encontrar corpos sob os escombros. A agência de notícias Associated Press (AP) presenciou equipes de resgate retirando pessoas presas sob os escombros e corpos sendo levados. Incêndios foram registrados em vários edifícios residenciais, segundo Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade.
O ataque atingiu pelo menos quatro bairros de Kiev. Após o ataque, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encurtou uma visita oficial que fazia à África do Sul e anunciou que estava voltando ao país.
Em suas redes sociais, Zelensky disse que a Rússia não respeita o cessar-fogo aéreo no Mar Negro acordado com os EUA em março. O Kremlin afirmou na manhã desta quinta-feira que a Rússia continuará sua operação militar para "atingir alvos militares e adjacentes".
Segundo o governo russo, o cessar-fogo citado por Zelensky expirou, mas que "continua trabalhando com os EUA para chegar à paz". Oksana Bilozir, uma estudante que estava recebendo atendimento médico por um ferimento na cabeça perto do local do impacto disse que ouviu uma explosão alta após o alarme antiaéreo soar.
Ela, então, começou a pegar suas coisas para fugir para um abrigo quando outra explosão fez as paredes de sua casa desabarem e as luzes se apagarem. “Honestamente, eu nem sei como tudo isso vai acabar, é muito assustador”, disse Bilozir, referindo-se à guerra contra a invasão russa.
“Eu só acredito que se pudermos detê-los no campo de batalha, então é isso.
Nenhuma diplomacia funciona aqui.” Anastasiia Zhuravlova, de 33 anos, mãe de dois filhos, estava abrigada em um porão após várias explosões danificarem sua casa.
Sua família dormia quando a primeira explosão quebrou as janelas e lançou eletrodomésticos da cozinha pelo ar.
Estilhaços de vidro caíram sobre eles enquanto corriam para se proteger no corredor. “Depois disso, viemos para o abrigo porque estava assustador e perigoso em casa”, disse ela. LEIA MAIS Após novo embate entre Trump e Zelensky, EUA afirmam querer assinar acordo econômico com a Ucrânia 'o mais rápido possível' Horas após fim do cessar-fogo, Ucrânia relata ataques russos Ataques russos na Ucrânia deixam mortos REUTERS/Gleb Garanich Trump x Zelensky Trump discute com Zelensky GloboNews/Reprodução O ataque ocorreu poucas horas após as negociações de paz parecerem estagnar, com o presidente Donald Trump atacando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O republicano disse dizendo que ele estava prolongando o “campo de matança” ao resistir a ceder a Crimeia à Rússia como parte de um possível plano de paz. Zelensky havia afirma que a Ucrânia jamais cederia a Crimeia à Rússia, que tomou a península em 2014, em um ato condenado internacionalmente. “Não há o que discutir aqui.
Isso vai contra nossa constituição”, declarou. Zelensky anexou à sua postagem a Declaração sobre a Crimeia de 2018, de Mike Pompeo, então secretário de Estado de Trump, que dizia: “Os Estados Unidos rejeitam a tentativa de anexação da Crimeia pela Rússia e prometem manter essa política até que a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada.” Trump, que teve um confronto com o presidente ucraniano em uma desastrosa reunião no Salão Oval em março, classificou essa declaração como inflamatória e disse que ela dificulta a paz.
Em uma postagem nas redes sociais, afirmou que a Crimeia foi perdida há anos “e nem sequer é mais um ponto de discussão”. Zelensky reconheceu mais tarde, em uma postagem no X, que as conversas em Londres entre autoridades dos EUA, Ucrânia e Europa foram marcadas por fortes emoções, mas expressou esperança de que o trabalho conjunto leve à paz. Ele reafirmou que a Ucrânia seguirá sua constituição e disse ter certeza de que os parceiros de Kiev, em especial os EUA, “agirão de acordo com suas decisões firmes”. Trump, que prometeu durante sua campanha acabar com a guerra nas primeiras 24 horas de seu novo mandato, repreendeu Zelensky e afirmou no Truth Social que os EUA estão tentando parar a matança na Ucrânia e que estão “muito perto de um acordo” pela paz. Mais tarde, Trump disse a repórteres que achou que as conversas em Londres “foram bem”, embora tenha comentado, em referência aparente ao presidente russo Vladimir Putin e a Zelensky: “Precisamos que duas pessoas, duas pessoas fortes e inteligentes, cheguem a um acordo.
Assim que isso acontecer, a matança vai parar.” O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cancelou sua viagem para participar das conversas em Londres, o que levou ao cancelamento de uma reunião mais ampla com chanceleres da Ucrânia, Reino Unido, França e Alemanha — ressaltando as divergências entre Washington, Kiev e seus aliados europeus sobre como encerrar a guerra. EUA ameaçaram desistir do acordo de paz Trump disse que abandonará os esforços para intermediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia dentro de alguns dias, a menos que haja sinais claros de que um acordo é possível.
A informação veio a público pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na sexta-feira (18). "Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio.
Então, precisamos determinar muito rapidamente agora —e estou falando de questão de dias— se isso é viável nas próximas semanas.
Se for, estamos dentro.
Se não, então temos outras prioridades para focar também", disse Rubio em Paris, após se reunir com líderes europeus e ucranianos. O secretário afirmou, ainda, que Trump segue interessado em um acordo, mas está disposto a seguir em frente caso não haja sinais imediatos de progresso. O Kremlin rebateu a fala de Rubio e disse que as conversas até aqui geraram progresso, inclusive o cessar-fogo no Mar Negro —que teve acusações cruzadas de violações—, e que a Rússia continua comprometida.
Porém, afirmou que o contato com os EUA tem sido "complicado". "Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil", disse o porta-voz Dmitry Peskov. Ataque russo na capital da Ucrãnia deixa mortos REUTERS/Valentyn Ogirenko